História do Vinil

HISTÓRICO

A era da comunicação eletrônica trouxe inúmeros meios de registro como as fitas cassete, discos magnéticos, discos de vinil, CD's, etc.

Ao contrário do papel impresso, entretanto, cada novo meio trouxe a necessidade de um dispositivo eletrônico para converter a informação nele armazenada para um formato que possa ser captado diretamente pelos nossos sentidos.

O astrônomo Clifford Stoll, autor do livro "Silicon Snake Oil", cita o fato de que os dados recolhidos pela sonda interplanetária Pioneer, da NASA, foram armazenados em quatro formatos digitais diferentes. Nenhum deles pode ser lido atualmente, por não existirem mais equipamentos capazes de fazer isso: ficaram totalmente obsoletos.

Pensem quantos formatos foram extintos: discos de 78 rotações, fita de vídeo de duas polegadas, cilindros fonográficos, fita de papel perfurada, cartões perfurados de 80 colunas e de 100 colunas, disquetes de 8 polegadas, fita digital de 7 trilhas, fita de áudio de carretel, cartuchos de 8 trilhas, DECtape, filmes de 8 mm, slides de vidro... E então, pensem ainda nos formatos que estão começando a desaparecer atualmente: discos de vinil de 45 rpm, disquetes de 5 1/4, fitas de vídeo Betamax. (Clifford Stoll- Astrônomo).

Não é difícil imaginar nos milhares e milhares de discos de 78 e 45 rotações contendo obras musicais em gravações que nunca foram e nunca serão transferidas para meios mais modernos. Será um acervo histórico absolutamente impressionante, perdido para sempre, pois daqui a algumas décadas provavelmente existirão apenas em museus os toca-discos necessários.

O disco de vinil é uma mídia desenvolvida no início da década de 1948, um material plástico (normalmente cloreto de polivinila, ou PVC), usualmente de cor preta tornando obsoletos os antigos discos de goma-laca de 78 rotações - RPM (rotações por minuto) -, que até então eram utilizados.
Os discos de vinil são mais leves, maleáveis e resistentes a choques, quedas e manuseio (que deve ser feito sempre pelas bordas). Mas são melhores, principalmente, pela reprodução de um número maior de músicas - diferentemente dos discos antigos de 78 RPM - (ao invés de uma canção por face do disco), e, finalmente, pela sua excelência na qualidade sonora, além do atrativo de arte nas capas de fora.

O disco de vinil possui micro-sulcos ou ranhuras em forma espiralada que conduzem a agulha do toca-discos da borda externa até o centro no sentido horário. Trata-se de uma gravação analógica, mecânica. Esses sulcos são microscópicos e fazem a agulha vibrar. Essa vibração é transformada em sinal elétrico. Este sinal elétrico é posteriormente amplificado e transformado em som audível (música).

A partir do final da década de 1980 e início da década de 1990, a invenção dos compact discs (CD) prometeu maior capacidade, durabilidade e clareza sonora, sem chiados, fazendo os discos de vinil ficarem obsoletos e desaparecerem quase por completo no fim do Século XX. No Brasil, artistas que pertencem a grandes gravadoras, gravaram suas músicas em LP até 1997, e aos poucos, o bom e velho vinil saía das prateleiras do varejo fonográfico.

Alguns audiófilos ainda preferem o vinil, dizendo ser um meio de armazenamento mais fiel que o CD.
Muitas são as razões que garantiram a sobrevivência do LP no mercado. O gosto pelo chiado característico do formato, o prazer de cultivar um hábito raro, a admiração pela arte das capas e o costume de garimpar preciosidades são algumas delas.

Sempre que vou a São Paulo, vou às lojas de discos usados do centro da cidade. Para mim, é uma satisfação ficar algumas horas procurando álbuns que nunca serão relançados. (Charles Gavin, dos Titãs).

Se colocarmos um LP sobre um toca-discos com as caixas desligadas iremos ouvir a música num volume muito baixo, pois seu princípio de funcionamento se baseia na vibração da agulha no sulco que nada mais são do que a representação frequencial do áudio em questão.

Hoje devido a questão de fácil cópia dos CDs muitas bandas estão lançando seus álbuns novamente em Vinil para evitar a pirataria.

Os colecionadores defendem a superioridade do vinil em relação ao cd e outras mídias digitais. O principal argumento utilizado é o de que as gravações em meio digital cortam as freqüências sonoras mais altas e baixas, eliminando harmônicos, ecos, batidas graves, "naturalidade" e espacialidade do som.
A resposta está na diferença entre as gravações analógicas e digitais. O disco de vinil utiliza a gravação analógica, enquanto CDs utilizam a digital.

Veja o gráfico o abaixo. O áudio original é analógico por definição. A gravação digital captura dados do sinal analógico numa determinada velocidade (para CDs, cerca de 44.100 vezes por segundo) e mede cada dado com uma determinada precisão (para CDs, 16-bit, ou seja, o valor deve ser um entre 65.536 valores possíveis).

Isso significa que, por definição, uma gravação digital não captura o áudio em sua totalidade. Em vez disso, aproxima o resultado final o máximo que pode do original. Alguns sons de transição repentina, tais como baterias ou trompetes, sofrem distorção por causa da velocidade da captura.

Nos aparelhos de CD e DVD domésticos, a gravação digital é convertida em sinal analógico e enviada ao amplificador. O amplificador eleva a voltagem desse sinal a um nível alto o suficiente para reproduzir o áudio através dos auto-falantes.

Os discos de vinil possuem entalhes que refletem as ondas do áudio original. Isso significa que nenhuma informação é perdida. O resultado de um toca-disco é analógico, enviado diretamente ao amplificador sem ser convertido.

Isso significa que as ondas sonoras de um disco de vinil podem ser muito mais precisas e podem ser apreciadas de maneira mais agradável. O aspecto negativo é que, qualquer sinal de poeira ou riscos pode prejudicar na reprodução. Em alguns momentos, os ruídos podem ser ouvidos. Gravações digitais não se degradam com o tempo, o que significa uma reprodução livre de ruídos.

No gráfico acima, é possível notar que a qualidade do áudio do CD não é fiel na reprodução do sinal original. A principal maneira de aperfeiçoar a qualidade de uma gravação digital é aumentar a velocidade da transferência de dados.

Quando os CDs apareceram, no começo da década de 80, o seu principal objetivo era armazenar música no formato digital. Para entender o funcionamento do CD, você precisa saber como funciona a gravação e a reprodução digital. Também é importante saber as diferenças entre as tecnologias analógica e digital.


A agulha arranha o cilindro, porque trata-se de uma onda analógica que representa as vibrações criadas por sua voz.

Em um CD o objetivo é realizar uma gravação de alta fidelidade (o sinal original e o sinal reproduzido devem ser muito semelhantes) e reprodução perfeita (a gravação soa da mesma maneira toda vez que é executada, não importa quantas vezes seja executada).

Para atingir estes dois objetivos, a gravação digital converte a onda analógica em uma série de números e grava estes números em vez da onda. Esta conversão é feita por um dispositivo chamado conversor analógico-digital (ADC).

Para reproduzir a música, a série de números é convertida novamente para a onda analógica por um conversor digital-analógico. Esta onda é amplificada e enviada para os alto-falantes que produzem o som.

A onda analógica criada pelo conversor será sempre igual, desde que os números não estejam corrompidos. Ela também será muito semelhante à onda analógica original se a conversão for feita de maneira adequada.



Os tipos de discos fabricados eram os seguintes:

 LP: abreviatura do inglês Long Play (conhecido na indústria como, Twelve inches--- ou, "12 polegadas" (em português) ). Disco com 31 cm de diâmetro que era tocado a 33 1/3 rotações por minuto. A sua capacidade normal era de cerca de 20 minutos por lado. O formato LP era utilizado, usualmente, para a comercialização de álbuns completos. Nota-se a diferença entre as primeiras gerações dos LP que foram gravadas a 78 RPM (rotações por minuto).

 EP: abreviatura do inglês Extended Play. Disco com 17 cm de diâmetro e que era tocado, normalmente, a 45 RPM. A sua capacidade normal era de cerca de 8 minutos por lado. O EP normalmente continha em torno de quatro faixas.

 Single ou compacto simples: abreviatura do inglês Single Play (também conhecido como, seven inches---ou, "7 polegadas" (em português) ); ou como compacto simples. Disco com 17 cm de diâmetro, tocado usualmente a 45 RPM (no Brasil, a 33 1/3 RPM). A sua capacidade normal rondava os 4 minutos por lado. O single era geralmente empregado para a difusão das músicas de trabalho de um álbum completo a ser posteriormente lançado .

 Máxi: abreviatura do inglês Maxi Single. Disco com 31 cm de diâmetro e que era tocado a 45 RPM. A sua capacidade era de cerca de 12 minutos por lado.